Jeremias 18.1-6
1 A palavra que veio do
Senhor a Jeremias, dizendo:
2 Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as
minhas palavras.
3 Desci, pois, à casa do oleiro, e eis que ele estava ocupado
com a sua obra sobre as rodas.
4 Como o vaso que ele fazia de barro se estragou na mão do
oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme pareceu bem aos
seus olhos fazer.
5 Então, veio a mim a palavra do Senhor:
6 Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de
Israel? Diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro,
assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.
Muitas vezes pensamos
nessa passagem, quer por ouvir uma pregação, quer por ouvir uma
canção ou apenas por ter na lembrança. Jeremias é chamado para
ir até a Casa do Oleiro e lá ouvir o que o Senhor tem para
dizer. Ficamos muito na questão do que acontece lá na casa do
oleiro e deixamos de lado essa parte do texto: para ouvir o que
o Senhor tinha para dizer, Jeremias primeiro devia obedecer, ir
para a casa do Oleiro.
Não vou descartar o que acontece lá, nem posso achar que não é
importante! Mas se Jeremias não entendesse que devia ir até a
casa do Oleiro, poderia não ouvir o recado de Deus! Afinal, a
primeira observação foi: "Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e
lá ouvirás minhas palavras".
Queremos que o Senhor molde em nós algo novo ou nos dê algo novo
para viver e devemos querer mesmo! É importante que o erro, o
quebrado, o estragado, seja renovado pelo Senhor. Não remendado
ou apenas colado, mas feito novo, como acontece com o barro ao
ser moldado: se algo sai do controle e não fica bem feito, não é
tentando dar um jeitinho que vai resolver! É preciso começar de
novo, fazer com o mesmo barro (no caso, ilustrando a nossa
vida), um vaso novo!
Isso vale para a nossa vida, para relacionamentos, trabalho,
estudos, absolutamente tudo! Mas principalmente para a forma
como vemos e encaramos as coisas da vida. O Senhor quer nos
fazer novos diante das experiências, nos dando chance de ser um
vaso novo mesmo e não apenas remendado. Não iremos "esquecer" o
que aconteceu, mas o ânimo da parte do Senhor irá nos renovar.
Não é para sermos remendados ou ajeitados diante das coisas: no
Senhor, temos novidade de vida, vemos o novo e precisamos
experimentar isso para que nossa caminhada seja completamente
restaurada e revigorada.
Agora... é preciso ir até a casa do Oleiro... Não vou dizer que
precisamos ir para a Igreja, simplesmente. Podemos estar nela
todos os dias e ainda assim não estar na casa do Oleiro. A
questão não é meramente local fisico, mas uma disposição na
presença do Senhor. Uma disposição de ser como o barro nas mãos
do oleiro. E se o vaso desandar, o oleiro deve recomeçar a
fazer, com o mesmo barro.
Nessa disposição, o Senhor é o oleiro e nós somos o barro para
fazer o vaso. A diferença é que o barro propriamente dito não
pode dizer "quero ou não quero" para o que o oleiro vai fazer.
Nós temos a liberdade de escolher. Por isso destaco a
necessidade de ir até a casa do Oleiro: primeiro, como foi com
Jeremias, como uma postura de obediência. Segundo, para ouvir o
que o Senhor tem a nos dizer. E por fim, para sermos moldados
como um vaso de barro e, em vez de termos apenas remendos ou
colagens, deixar o Senhor agir como o oleiro e nos fazer de
novo.
Não devemos buscar o remendo, o ajuste, a colagem... para os
brasileiros pode ser difícil, mas não devemos buscar o
"jeitinho"... Não quer dizer que sempre iremos mudar as coisas,
mas nós mesmo precisamos ser mudados, com novo ânimo e fôlego.
Em vez de dar um jeitinho em algo, precisamos deixar o Senhor
fazer o novo em nós. Não apenas com uma coisa nova, mas até
mesmo com a "coisa velha", mas ela também sendo como o barro nas
mãos do oleiro! Sem pequenos ajustes, jeitinho, mas sendo algo
novo, sendo feito de novo. E, claro, há o que precisa ser
abandonado por algo novo mesmo. Nos dois casos, refazer (e não
apenas ajeitar) ou ter algo totalmente novo, tem que ser na casa
do Oleiro, na presença do Senhor, deixando Ele fazer o melhor e
não "dando palpite" que dá pra acertar uma coisinha aqui ou ali.
Não aceite menos que o novo do Senhor na sua vida! Viva esse
novo, na casa do Oleiro!
Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em
30/05/12 por e-mail. |