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Certo dia, no começo do verão, eu ia passando por uma linda
campina. A relva aveludada parecia um imenso tapete oriental. Em
um canto, erguia-se uma bela árvore, já velha, abrigo de
inúmeros pássaros que enchiam de gorgeios o ar leve e
revigorante. À sombra da ramagem, duas vacas repousavam, imagem
de sossego e contentamento.
Ao longo da estrada misturavam-se o roxo e o dourado das
violetas silvestres e dentes-de-leão.
Parei, e fiquei ali por um longo tempo, encostado à cerca,
deixando que meus olhos famintos se banqueteassem. Pensei comigo
mesmo que Deus jamais havia feito um lugar tão aprazível.
No dia seguinte passei por lá outra vez. Ah! A mão demolidora já
havia estado ali. Lá estava um arado, cravado ainda no sulco. Em
um dia um homem fizera no local uma terrível devastação. Em vez
da relva verde, estava à mostra a terra escura, feia e nua; em
vez de pássaros cantando, algumas galinhas ciscavam. E nem
violetas, nem dentes-de-leão. E com pesar, pensei: “Como poderia
alguém estragar uma coisa tão linda?!”
Então meus olhos foram abertos como por mão invisível e tive uma
visão: vi um milharal, com as espigas maduras, prontas para a
colheita. Via os longos pés de milho, todos carregados,
iluminados pelo sol do outono. Quase me parecia ouvir a música
do vento, ao passar, agitando os cabelos das espigas. E de
repente, a terra escura revestiu-se, para mim, de um esplendor
que não possuía na véspera.
Possamos nós sempre ter a visão da abundante colheita que se
segue quando o Grande Agricultor vem – como faz tantas vezes – e
sulca as nossas almas, deixando diante de nosso olhar torturado
só o vazio sem beleza.Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em
02/03/12 por e-mail. |