Salmo 43
1 Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a
minha causa contra uma nação ímpia; livra-me do homem
fraudulento e iníquo.
2 Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me rejeitaste?
Por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
3 Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem; levem-me
elas ao teu santo monte, e à tua habitação.
4 Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande
alegria; e ao som da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.
5 Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas
dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele
que é o meu socorro, e o meu Deus.
O salmista conversa com o Senhor, busca Nele uma resposta.
Apresenta sua inquietação, claro, esperando uma resposta.
Coloca diante do Senhor seus argumentos, diante de suas crises
e esse ato demonstra que o salmista confiava no Senhor para
agir. Se não confiasse, nem perderia tempo apresentando sua
angústia, sua queixa. Se apresenta, é porque confia que o
Senhor pode mudar o quadro.
Isso nos mostra que apresentar nossas crises e inquietações
diante de Deus não é falta de fé. Pelo contrário! Se o
fizermos realmente confiando que o Senhor pode agir, estamos
na verdade dando uma declaração de fé, deixando claro que
confiamos no Senhor. Não é, claro, para ficar só reclamando e
questionando o tempo todo! Mas se tivermos uma inquietação,
podemos apresentar diante de Deus, mostrando toda nossa
angústia humana e declarando nossa confiança no Seu agir. Não
reclamando por reclamar, mas clamando!
Além de ver esse sentimento no salmista, vemos também no
Senhor Jesus. Ele sempre se preocupou em orar pelas pessoas
que estavam por perto ou até mesmo por mim e por você (como
escrevi na semana passada -
clique aqui para ler). Mas quando se viu diante de um
momento de crise, orou por si mesmo, apresentando sua
inquietação diante do Pai:
Lucas 22.39-46
39 Então saiu e, segundo o seu costume,
foi para o Monte das Oliveiras; e os discípulos o seguiam.
40 Quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não
entreis em tentação.
41 E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de
joelhos, orava,
42 dizendo: Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia
não se faça a minha vontade, mas a tua.
43 Então lhe apareceu um anjo do céu, que o confortava.
44 E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor
tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o
chão.
45 Depois, levantando-se da oração, veio para os seus
discípulos, e achou-os dormindo de tristeza;
46 e disse-lhes: Por que estais dormindo? Lenvantai-vos, e
orai, para que não entreis em tentação.
Jesus, plenamente Deus, enquanto esteve na terra, se esvaziou
de Sua glória e tomou a forma de homem (Filipenses
2.5-11). Assim, sentiu as mesmas inquietações que cada
um de nós sente!
Quando se aproximava o momento da Cruz, e Ele sabia, se
inquietou. Sentiu o peso do evento. Sabia que ia, mesmo sem
pecado algum, ter que levar sobre Ele o pecado de cada ser
humano para que aqueles que aceitassem Seu sacrifício,
encontrassem perdão. Sem pecado, levou nosso pecado. Sabia que
o momento da Cruz ia ser de dor e mais: iria se sentir sozinho
(como foi - Mateus 27.46), pois levaria sobre si
o pecado e Deus ama o pecador e o quer salvo, mas abomina o
pecado! Ele sabia que o momento seria terrível!
E orou, apresentando Sua inquietação diante do Pai. Mas estava
submisso à vontade do Pai, pois sabia que, por pior que
pudesse ser pessoalmente passar pela Cruz, a vontade do Pai
era a melhor coisa que poderia acontecer.
Tendo Jesus como exemplo: ore ao Senhor, apresente as
inquietações de outras pessoas, faça sua intercessão! Mas não
deixe de orar por sua vida também! Apresente sua inquietação,
sua crise, seu problema. Clame ao Senhor por uma solução. Se
você imagina uma, apresente ao Senhor em sua oração. Mas
esteja sempre aguardando a manifestação da vontade do Senhor,
independente da sua. Jesus fez assim. Perguntou se era
possível passar o cálice (não ir para a Cruz), mas aguardava a
vontade do Pai. Ore, apresente sua crise, mas aguarde a
manifestação da vontade do Pai. Essa é a melhor, pode ter
certeza! Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em
15/08/11 por e-mail. |