Leia João 17
Vemos neste texto uma oração feita por Jesus em favor de
seus discípulos. Em sua oração ele pede ao Pai que
esses que O seguiam fossem santificados na Verdade, lembrando que a
Palavra do Pai, que enviou Jesus, é a Verdade (v. 17). Portanto,
essa santificação deveria ter como base a Palavra. E
Jesus não se atem somente no ponto da
santificação, mas permanece em oração pelos
discípulos rogando ao Pai que estivesse abençoando-os.
Só não podemos nos esquecer que Jesus restringe o grupo
aos seguidores que o reconhecem com firmeza (v. 9). Isso não
quer dizer que devemos deixar de lado quem não vive isso! Mas
nós que vivemos isso devemos nos unir, ser um, para que possamos
dar testemunho de que o texto é uma verdade e para que possamos
cumprir nossa missão.
No versículo 20 temos uma guinada na oração:
Jesus, que estava intercedendo por aqueles que eram os mais chegados,
pelos seus seguidores, começa nesse momento a interceder por
todas as pessoas que, pelos dias que viessem, depositassem sua
fé, crendo no Senhorio de Dele. Essa mensagem foi transmitida
por tantos anos, chegando até nós. E hoje essa Palavra
tem uma facilidade maior para ser disseminada, espalhada pelo mundo.
Temos hoje o texto impresso, com relatos de atuações e
palavras do Senhor Deus, uma vez que Jesus é, ao mesmo tempo
atuação (Ele esteve entre nós trazendo a
apresentação do Reino) e palavra (o Verbo feito carne),
além de outras situações que revelam a
presença completa de Deus. A preservação dessa
palavra tem como principal meio de atuação a
intervenção de Deus, uma vez que é Dele que
procedem as palavras que encontramos na Bíblia, já que a
inspiração veio Dele. Todas as pessoas que forem
alcançadas com essa Palavra e vierem a crer em Jesus como
enviado de Deus, Senhor e Salvador, estão, consequentemente,
incluídas nessa oração de Jesus. Onde quer que
seja, onde quer que esteja acontecendo uma reunião em nome de
Jesus com propósitos sérios na presença do Senhor,
quem realmente estiver dentro do propósito do Senhor,
será alguém alcançado por essa
oração. Esse, então, é um princípio
de unidade. Independente de Tempo, Distância ou outro fator, em o
Nome de Jesus, estamos unidos.
Mas é no versículo 21 que temos o foco central dessa
unidade: ser um! Muitas vezes vemos esse texto empregado para legitimar
a necessidade de união. Entendemos que ele realmente tem essa
dimensão. Mas a interpretação dada, muitas vezes
tende para a questão de que todos/as aqueles/as que se dizem
cristãos/ãs devem manter união para que todos/as
que não conhecem o Senhor venham a conhecer. E mais: todas as
pessoas precisam se unir, independente de credo social ou religioso,
uma vez que Jesus pediu que SEJAMOS UM. Precisamos de uma
atenção maior antes de sairmos dizendo o que, na
realidade, o texto, nem Jesus, disse. A união dos
cristãos/ãs é realmente uma forma de que o mundo
(as nações que ainda não conhecem a Cristo) venha
a crer e não discordo disso. Não é a única
forma que o Senhor tem para que tal tarefa seja desempenhada.
Não somos o centro da tarefa de evangelização.
Somos um meio que o Senhor se utiliza. Ele poderia fazer tudo sem a
nossa “ajuda” (uma vez que, muitas vezes, mais atrapalhamos
do que ajudamos). No entanto, no seu infinito amor e na sua infinita
inteligência, Ele prefere ainda nos usar como forma de
evangelização para que o mundo creia.
Não adianta confessar com a boca que segue a Jesus como Senhor e
Salvador. É necessário crer com o coração.
A boca pode até dizer que sou cristão/ã. Mas,
será que estou convicto/a daquilo que digo? E mais: será
que estou preocupado/a em conhecer a Vontade desse Deus e
praticá-la em minha vida? (Cf. Romanos 10.9-10). Essas pessoas
que apenas dizem mas não crêem, ou até crêem
mas não praticam, ou por instrução errada
(não conhecimento da real verdade) ou por conveniência,
precisam ter um encontro real com o Senhor Jesus Cristo, com a Palavra
de Deus, para aí sim estarem debaixo do mesmo teto, no mesmo
mundo habitado e não em outro. É urgente que aqueles/as
que conhecem a verdade do Senhor se unam para que o mundo possa ser
evangelizado com a Verdade da Palavra do Senhor. E isso não pode
se dar com arrogância ou desprezo: o amor cristão deve
pautar essa atitude.
Os cristãos/ãs precisam, sim, se reunir, mas em torno do
Senhor Jesus e da Sua mensagem e não em torno do que é
conveniente ou do que um pregador diz, se isso está contra o que
a própria Bíblia diz! Muitos falam com textos
Bíblicos como base, mas se afastam do que realmente a
Bíblia diz. Devemos, sim, caminhar juntos/as, mas com a vida
pautada no Senhor e aquele/a que não o tem mas quer viver dentro
do cristianismo, precisa ser advertido do erro e exortado (chamado para
o caminho) para a vida em concordância com a Palavra de Deus. O
princípio de união não pode ser o desejo humano
mas deve, antes, ser o desejo de realizar a Vontade do Senhor. A
unidade deve existir para o evangelismo do mundo que não conhece
ao Senhor ou já O conhece mas não tem uma vida coerente
com o estilo de vida proposto por esse Senhor.
Nós só somos cristãos/ãs
autênticos/as quando vivemos de acordo com a Palavra do Senhor e
seguindo aquilo que Ele nos ordena. Até mesmo para sermos amigos
do Senhor temos que fazer o que Ele nos manda (João 15.13-14).
Ao vivermos o cristianismo, fazendo a VONTADE DO SENHOR, aí sim
podemos viver a plenitude dessa oração e vivermos como um
no Senhor!
Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi
enviada em 30/06/10 por e-mail.
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