Ageu 1.1-11
1 No segundo ano do rei
Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do
Senhor, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, governador
de Judá, filho de Sealtiel, e a Josué, o sumo sacerdote, filho
de Jozadaque, dizendo:
2 Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz: Não
veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor.
3 Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta
Ageu, dizendo:
4 Acaso é tempo de habitardes nas vossas casas forradas,
enquanto esta casa fica desolada?
5 Ora, pois, assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os
vossos caminhos.
6 Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não vos
fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se
aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num saco
furado.
7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos
caminhos.
8 Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me
deleitarei e serei glorificado, diz o Senhor.
9 Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse
pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um
assopro. Por que causa? Diz o Senhor dos exércitos. Por causa da
minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de
vós, à sua própria casa.
10 Por isso, os céus por cima de vós retêm o orvalho e a terra
retém os seus frutos.
11 E mandei vir a seca sobre a terra, sobre as colinas, sobre o
trigo e o mosto e o azeite, e sobre tudo o que a terra produz;
como também sobre os homens e os animais, e sobre todo o seu
trabalho.
O povo de Israel tinha sido levado cativo à Babilônia, sendo
exilado, tirado de sua terra natal. Como é difícil ir a uma
terra estranha! Ainda mais depois de uma guerra e ser escravo
nesse novo lugar! Isso tinha acontecido com o povo por volta do
ano 587 a.C.. Por volta de 536 a.C. o povo volta desse
cativeiro, com a intervenção do rei Ciro, da Pérsia. Mas quando
o povo foi levado, a cidade de Jerusalém foi destruída e,
consequentemente, o Templo, uma vez que a religião e a política
andavam de mãos dadas naquele tempo. Destruindo o Templo,
destruía-se a política e povo se tornava escravo.
Na volta, que podemos ver nos livros de Esdras e de Neemias, o
povo se preocupa com a reconstrução do Muros e da Cidade de
Jerusalém. Mas o Templo permaneceu, por muitos anos
(aproximadamente 18) em ruínas. É aqui que aparece Ageu e
incentiva essa reconstrução. A Terra natal já estava em ordem,
as casas, refeitas, mas o Templo permanecia em ruínas. O povo,
independente disso, permanecia adorando no local do Templo,
mesmo sem reconstruí-lo. Era necessário dinheiro para essa
reconstrução e o povo devia sonhar em fazer algo tão grandioso
ou até mais que o Templo de Salomão.
Mas no texto de nossa meditação de hoje vemos o Profeta
alertando que o Senhor já tinha chamado o povo para a
reconstrução. E se o Senhor tinha chamado, quer dizer que Ele
mesmo iria providenciar quem e como fazer. Bastava que as
pessoas estivessem dispostas e disponíveis para esse chamado.
No entanto, o povo achava que ainda não era hora de tal
reconstrução. E mais: o povo ainda achava que o Senhor não tinha
chamado para tal, dizendo que ainda não era hora. Tentavam
fundamentar o "atraso" na obra com o fato de que Deus teria dito
que ainda não era tempo.
Em nossos dias vemos muito disso: gente que diz que Deus falou e
Ele não falou nada, ou gente que fica esperando, quando Deus já
deu a direção. Mas, porque é diferente do que se quer, pensa que
não teve resposta. Muitas vezes as pessoas dizem o que pensam ou
querem e fundamentam isso como vontade de Deus, quer para fazer
ou para deixar de fazer. Outros, ainda dizem coisas como se
estivesse escrito na Bíblia, quando não está, interpretam o que
querem de textos específicos e tentam fazer parecer que é Deus
quem fala assim.
Precisamos ouvir o que o Senhor tem a dizer. Precisamos falar o
que o Senhor realmente nos chama a falar. Não podemos mais dizer
o que queremos como se fosse a vontade de Deus. Muitas pessoas
se afastam do Evangelho ou nem se aproximam porque acham que Deus
é como alguns falam e mostram. Mas muitas vezes, como o povo na
época de Ageu, alguns falam como se fosse Deus dizendo, mas Deus
está dizendo algo diferente. Precisamos testemunhar a verdade.
Não o que queremos, mas o que é realmente. E agir na mesma
direção. Assim, fazendo realmente a vontade de Deus, anunciando
o que realmente é o querer de Deus, podemos viver a experiência
que o povo viveu, expressa no seguinte texto:
A glória desta última casa será maior do que a da primeira,
diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o
Senhor dos exércitos - Ageu 2.9
Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi
enviada em 12/05/10 por e-mail. |