Atos dos Apóstolos 6.8-15
8 Estêvão, cheio de
graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9 Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos
libertos, dos cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da
Ásia, e disputavam com Estêvão;
10 e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que
falava.
11 Então, subornaram uns homens para que dissessem: Temo-lo
ouvido proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.
12 Assim, excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e
investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao sinédrio;
13 e apresentaram falsas testemunhas que diziam: Este homem não
cessa de proferir palavras contra este santo lugar e contra a
lei;
14 porque nós o temos ouvido dizer que esse Jesus, o nazareno,
há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos
transmitiu.
15 Então, todos os que estavam assentados no sinédrio, fitando
os olhos nele, viram o seu rosto como de um anjo.
Estevão não passava desapercebido. Chamava a
atenção, pois diz o texto que ele era "cheio de graça e poder,
fazia prodígios e grandes sinais entre o povo". Além de suas
realizações, notavam que ele era cheio de graça. Não era apenas
o poder que chamava a atenção em Estevão, sua pregação e as
maravilhas que ele fazia. Havia algo diferente em sua vida que
chamava a atenção das pessoas e aqui é apresentado como "graça".
Muitas vezes esperamos a realização de prodígios ou ter uma
oratória impecável, com bons argumentos, vindos do céu, e
deixamos de lado a parte do ser "cheio de graça". Esperamos o
poder, mas poucos notam graciosidade, algum encanto em nós.
Normalmente as pessoas confundem isso com ser "manso" do ponto
de vista da observação social, quando "ser manso" é ser capaz
até mesmo de ser duro e firme, mas sem perder a doçura.
Mas Estevão não chamava a atenção apenas por ser cheio de graça
e ter poder. Ele também chamava a atenção por conta dessa
realidade, mas não de pessoas que queriam ouvir ou viver algo
que Estevão teria para dizer ou fazer. Havia os que não gostavam
muito de sua atuação. E até mesmo o absurdo de procurar quem
pudesse distorcer suas palavras, ou ao menos a interpretação de
suas palavras, foi arquitetado contra Estevão. Como é triste
quando pessoas não gostam da forma de agir de alguém, por
preconceito ou qualquer posição pessoal, e tentam distorcer o
que realmente acontece. Mudam em mentira ou ao menos alteram a
interpretação, para ter algo em que se fundamentar, ainda que
interpretando de forma errada. E acusam uma pessoa de forma
injusta.
Isso não aconteceu apenas com Estevão. Acontece em nossos dias,
com muitas pessoas ao nosso redor. Pode estar acontecendo nesse
momento com alguém! É triste, mas acontece muito dentro de
comunidades de fé, onde as pessoas pensam estar agindo de forma
correta, na tentativa de melhorar o trabalho, mas acabam agindo
com injustiça com alguém.
Ainda assim, quem olhou para Estevão viu algo diferente nele.
Seu rosto era como o rosto de um anjo! Era diferente. Mesmo quem
estava indo contra ele, tinha que admitir que Estevão era
diferente. Não importa se as pessoas vão admitir ou não que há
algo diferente nesses que são perseguidos injustamente em nossos
dias. O que importa é buscar no Senhor ser diferente. Não ter
palavras que venham da própria interpretação ou da própria
vontade. Mas o que venha do Senhor. Ter essa graça, capaz de
fazer diferença. Poder realizar prodígios ou pregações
fantásticas, mas sempre debaixo da vontade do Senhor. No final
do texto, Estevão não teve que pregar seu melhor sermão ou
realizar prodígios para notarem que ele era diferente! Que
possamos, claro, pregar e realizar a obra do Senhor, mas que
mesmo quietos possamos mostrar que pertencemos ao Senhor! Forte
abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em 23/02/10 por e-mail. |