Atos dos Apóstolos 4.36-37
36 Então, José,
cognominado pelos apóstolos Barnabé (que quer dizer, filho de
consolação), levita, natural de Chipre,
37 possuindo um campo, vendeu-o, trouxe o preço e o depositou
aos pés dos apóstolos.
Muitas pessoas acham que fazer doações para
igrejas é coisa de "gente atrasada", e que quem recebe essas
doações é "ladrão". Definitivamente, não penso dessa forma. Não
apenas por ser pastor, mas porque sei que o trabalho em uma
comunidade precisa de muitas coisas para ser mantido, em várias
áreas de atuação. Social, Evangelismo e Missões, Departamento
Infantil... Há muitas coisas que são necessárias, como a
utilização de energia elétrica, ou água, e tudo isso tem custo!
Aqueles que se apresentam com algum produto para vender, muitas
vezes são acusados injustamente de quererem tirar proveito. Se
houver vendas de produtos ou serviços que não são utilizados
normalmente, pode até ser. Mas se for algo que iremos comprar em
outro lugar, dar "lucro" para outra pessoa, por que não
prestigiar "os da casa"? Logo, também não vejo como errado ter
alguém na comunidade, ou a própria comunidade ter, algo para
venda. Desde que não faça negócios no templo, porque devemos ter
respeito e não por comparação com os vendilhões do tempo de
Jesus, que faziam outro tipo de venda (era para o sacrifício,
era algo de cunho religioso). Mas, qual o problema em comprar
com alguém "da casa" algo que eu compraria de alguém "de fora"?
Entendo que será melhor se pudermos sempre privilegiar "os da
casa". Há outros grupos sociais (alguns até mesmo criticados
dentro do cristianismo, e do ponto de vista religioso, com
razão) que fazem isso e que podem nos mostrar que será melhor
agirmos dessa forma.
Mas o texto de hoje não entra na questão de venda ou compra de
algo na Igreja. Mostra uma pessoa fazendo uma oferta completa do
que recebeu por uma venda. Talvez hoje em dia os órgãos de
imprensa tentassem dizer que houve "lavagem cerebral" ou que a
pessoa foi "coagida" a dar aquela oferta. Mas vejo realmente
como direcionamento do Espírito Santo. Ele não deu apenas 10% (o
dízimo), mas deu tudo. No Novo Testamento, apenas nos Evangelhos
vemos claramente que Jesus não recrimina o "dar o dízimo", desde
que isso não seja ato meramente religioso, mas que seja ato de
entrega, de uma vida no altar e não apenas dos 10%. No restante
do Novo Testamento, vemos Paulo falando sobre dar de acordo com
o que sentir no coração, dar com liberalidade. Não falo contra o
dízimo! Mas, sinceramente, tenho que dizer: ele não é fim. É
ponto de partida na questão de ofertas diante do Pai. Afinal,
tudo é Dele! E deveríamos dar tudo mesmo! No entanto, o Senhor
sabe de nossas necessidades e muitas vezes nos provê a forma de
sustento através do que ganhamos e, claro, não espera que
devolvamos tudo sempre. Mas não devemos limitar o "dar" ao
dízimo. Este pode, claro, ser um acordo que garanta que todos
possam contribuir com a obra, pois cada um dará o mesmo
percentual, independente do quanto ganhe. E todos participam!
Mas não pode ser um fim, uma forma de troca com Deus. Não damos
o dízimo apenas esperando que as "janelas do céu" se abram. Na
verdade, se damos só o dízimo, o milagre já será conseguirmos
seguir com os 90% restantes, principalmente com tantos impostos
que temos que pagar! E devemos dar a César o que é dele, não é
mesmo?
O Senhor já fará o milagre, quer aumentando seus rendimentos,
quer multiplicando sua dispensa, quer permitindo que você tenha
tudo em ordem. Não espere apenas que vá aumentar! Saiba ver o
milagre de Deus nas pequenas coisas também. Claro que Ele poderá
te abençoar e você ter muito mais. Mas se o milagre for ter tudo
em ordem, já devemos agradecer e confiar no cuidado do Senhor. E
não devemos negociar com dízimos, esperando maiores bênçãos por
darmos o dízimo. Ou ainda, não devemos esperar nada por darmos,
além do dízimo, outras ofertas. O que devemos é ouvir do Senhor
e sabermos com quanto devemos contribuir. Se o dízimo é o ponto
de partida, ótimo! Mas não devemos dar apenas isso, caso o
Senhor nos chame para um passo de fé maior, dando algo mais.
Alguém poderá ser abençoando, pois se o Senhor toca o seu
coração, é porque outro poderá precisar!
Não se limite no que diz respeito a dízimos e
ofertas. Deixe o Senhor tocar o seu coração, faça seu
compromisso com Ele e com a obra. Não deixe de dar porque você
acha que quem está administrando não está fazendo o certo. Ore
ao Senhor para que Ele mesmo toque os corações na forma como
será utilizado. Mas dê ao Senhor e não para quem vai
administrar. Quando você dá ao Senhor, será mais fácil Ele tocar
o coração de quem vai administrar. E, mesmo que essa pessoa não
ouça o toque do Senhor, você terá dado ao Senhor e feito esse
gesto por obediência. E, no mínimo, o Senhor saberá que você fez
com esse propósito e, independente de quem vai administrar, o
Senhor já saberá qual foi o seu intento. Barnabé deu tudo!
Assim, dê sua vida ao Senhor. O bolso ou a carteira não serão
mais seus e Ele mesmo tocará seu coração para que você possa
cumprir com a vontade Dele também na área financeira! Forte
abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em 05/01/10 por e-mail. |