Salmo 82

10/07/2008

 

Increpadas a injustiça e a parcialidade dos juízes
Salmo de Asafe

1 Deus está na assembléia divina; julga no meio dos deuses.
2 Até quando julgareis injustamente, e tereis respeito às pessoas dos ímpios?
3 Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei retamente com o aflito e o desamparado.
4 Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.
5 Eles nada sabem, nem entendem; andam vagueando às escuras; abalam-se todos os fundamentos da terra.
6 Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo todos vós.
7 Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos príncipes, haveis de cair.
8 Levanta-te, ó Deus, julga a terra; pois a ti pertencem todas as nações.


Este é mais um salmo atribuído a Asafe.

Vemos neste salmo a inquietação do salmista com relação aos juízes na terra. Ele espera um julgamento muito mais cuidadoso do Senhor que de juízes corruptos que muitas vezes se levantam. Não apenas para julgar em casos de necessidade de "justiça", mas que se levantam para julgar pessoas por seus comportamentos sem nem mesmo tentar entender o que está acontecendo!

Mas podemos notar também a ideia de um julgamento no "sinédrio", aquele mesmo grupo que se reuniu para julgar Jesus, um grupo de notáveis entre o povo judeu, com responsabilidades sérias dentro da Lei, e que deveria observar as coisas que aconteciam e dar algum parecer levando em conta a Lei. Mas, muitas vezes, o parecer era carregado de interesses pessoais e o apelo para o julgamento de Deus era feito, na esperança de, ao menos, ter Dele o perdão...

O salmista, claro, espera que esses que estão em condição de julgar possam ser corretos. Isso porque há necessitados no meio do povo que precisam de atendimentos os mais diversos. Mas a capacidade desses juízes muitas vezes é em fazer favores e atender com mais cuidado quem pudesse dar algo em troca, mostrando a corrupção...

Muitas pessoas observam alguns comportamentos e nem se preocupam em saber o que de fato está acontecendo e já vão rotulando a pessoa. Não esperam a pessoa terminar de falar e acham que já sabem o que está acontecendo. Não perguntam e fazem uma observação superficial de alguma situação, que muitas vezes, nessa observação superficial, parece que há um erro, e quando conversamos, conseguimos entender exatamente o que de fato está acontecendo. Há situações que podem parecer erradas se não as conhecermos a fundo, mas quando conhecemos um pouco mais, entendemos o que de fato está acontecendo.

Em muitas situações, que os problemas se levantam, os seres humanos, ou por maldade ou por incapacidade de entendimento, acabam falhando em ajudar quem realmente está precisando de ajuda. Dessa forma, como o salmista, só podemos clamar pelo cuidado do Senhor, porque quer por maldade ou por incapacidade de entendimento, se não ajudarmos adequadamente uma pessoa, isso não anula a necessidade dela. E aí, claro, temos que clamar como o salmista: que o Senhor possa ser cuidadoso, mais cuidadoso que juízes corruptos, ou até mesmo que seres humanos que, mesmo sem maldade, não conseguem ajudar a pessoa quando ela realmente precisa da forma como ela precisa. Que seja o cuidado do Senhor e que as necessidades sejam supridas.
 

Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor

Esta meditação foi enviada em 10/07/08 por e-mail.