Comentário devocional do Apocalipse

27/12/2006

 

Apocalipse 6.12-17

12 E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue;
13 E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
14 E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.
15 E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas;
16 E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;
17 Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?

 
O cenário apresentado no texto parece assustar quem está na posição contrária ao ajuste do Senhor. Parece realmente o fim, visto de uma das perspectivas possíveis. Lembremo-nos que lá no começo do capítulo 4, João é chamado para o céu e vê algumas coisas de lá. Logo, ele possui uma vista tanto do céu como da terra ao narrar os acontecimentos que se seguem relatados no Apocalipse. O que parece ser o fim e um novo começo, nada mais é que a visão diferente do mesmo acontecimento, uma visão de “diferentes ângulos”. Em uma, João vê a perspectiva do céu e na outra, João vê da terra.
 
Isso confunde algumas pessoas. Fica parecendo que o final acontece 2, talvez até 3 vezes quando lemos o Apocalipse sem prestar atenção em detalhes. Um professor meu na faculdade afirmava isso! Que no Apocalipse o mundo acaba várias vezes! Talvez não tinha notado (ou não queria notar, sei lá) essa possibilidade que João tem de ver o mesmo acontecimento de vários ângulos.
 
Com isso, o fim não acontece agora e se repete mais à frente. João está relatando o final a partir de uma perspectiva. Ele está vendo os acontecimentos, nesse momento, ainda no céu. Ele subiu pra lá e está vendo o desenrolar das situações a partir do ponto de vista de quem está lá em cima. Ele relata “o fim” (que é o começo, claro! – a nova vida com o Senhor) como quem está olhando lá de cima. Na sequência do texto veremos que ele volta a verificar as coisas na terra e vai revelar algumas situações que até se parecem com as relatadas neste texto acima citado. Exatamente porque poderá ser mesmo o mesmo acontecimento, mas sendo visto de outra perspectiva, a da terra.
 
O Apocalipse não é complicado. O inimigo de nossas almas quer nos confundir, isso é verdade. E pode parecer que é confuso o texto. Mas quando temos as “chaves” adequadas, “abrimos” as portas certas e podemos entender o texto. Quando há sentido figurado, parábola, temos que entender o que está por trás disso. Já fizemos isso em outra meditação destas que enviamos nas quartas-feiras sobre o Apocalipse, falando sobre simbolismos. Agora, temos mais uma chave: João relata os acontecimentos de várias perspectivas diferentes, de vários ângulos de visão, no mínimo o que pode ser visto no céu com um acontecimento e relata o que pode ser visto na terra diante do mesmo acontecimento. Atentos a essas coisas, podemos desvendar mais adequadamente o que o texto tem pra nos dizer.

 

Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor

Esta meditação foi enviada em 27/12/06 por e-mail.