Autoria
O livro de Atos dos Apóstolos não menciona especificamente seu autor, mas aponta para Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14). O autor é o mesmo que escreveu o Evangelho de Lucas, uma vez que o início do texto deixa claro que há uma continuidade com o Evangelho de Lucas.
Data
Lucas conta a história da igreja antiga dentro da estrutura de detalhes geográficos, políticos e históricos que podiam encaixar-se apenas no séc. I, portanto , por causa desses fatos e porque o livro não registra a morte de Paulo, apesar de deixá-lo prisioneiro em Roma, pode-se datar a redação de Atos como próxima à prisão do apóstolo naquela cidade por volta de 62 d. C., mas a escrituração final do livro só acontece entre 70 e 80 d. C., na mesma época do Evangelho de Lucas.
O livro
Atos é uma sequência da vida de Cristo nos Evangelhos, agora através dos discípulos e novos convertidos, registrando a disseminação do cristianismo de Jerusalém até Roma. É o início da Grande Comissão de Jesus pra formar discípulos de todas as nações (Mateus 28.18-20; Lucas 24.46-49).
Atos 1.8 é a chave do livro. Esse versículo prediz o derramamento do Espírito Santo. Em geral, Atos relaciona a expansão do cristianismo passo a passo para o oeste, desde a Palestina até a Itália.
Depois da morte de Estevão (7.60-8.1), a perseguição espalhou-se contra a igreja, e os crentes se dispersaram (8-12). Durante esse período da história, ocorreu a conversão de Saulo (cap 9), um acontecimento de tamanha importância que Lucas inclui três longas descrições sobre o
assunto (caps 9; 22; 26).
A maior seção de Atos enfoca o desenvolvimento e expansão do ministério gentio comandado por Paulo e seus colaboradores (13.28). O livro termina de forma abrupta, pois tudo indicava que Lucas tinha atualizado o assunto, e não havia mais o que escrever.
A atividade do Espírito Santo
O poder do Espírito Santo através da igreja é a característica mais surpreendente de Atos, que poderia até mesmo se chamar de “Atos do Espírito Santo através dos Apóstolos”. A sua obra no livro, entretanto, não pode ser compreendida sem que se veja a relação entre Atos e os Evangelhos, que demonstra um continuidade essencial. Tanto o ministério público de Jesus nos Evangelhos quanto o ministério público da igreja em Atos começaram com um encontro com o Espírito capaz de mudar as vidas.
O poder do Espírito na vida de Jesus o autorizou a pregar o Reino de Deus e a demonstrar o poder do Reino mediante a cura de doentes, a expulsão de demônios e a libertação dos cativos (Lucas 4.14-19). O mesmo poder em Atos 2 deu a mesma autoridade aos discípulos.
Lucas observa que as pessoas eram “cheias pelo Espírito Santo” (2.4; 9.17), que “recebiam o Espírito Santo” (8.17), que “caiu o Espírito Santo sobre todos”(10.44), que “o Espírito Santo se derramasse sobre também os gentios” (10.45) e que “veio sobre eles o Espírito Santo” (19.6).
Três destes cinco exemplos registram manifestações específicas do Espírito Santo em que as próprias pessoas participavam. Os presentes nos dia de Pentecostes e os gentios da casa de Cornélio falaram outras línguas (2.4; 10.46); os efésios “falavam línguas e profetizavam” (19.6). Embora não esteja especificado, normalmente concorda-se que também houve algum tipo de manifestação na qual os samaritanos participaram, pois Lucas diz que Simão viu que “era dado o Espírito Santo” (8.18).
Esboço de Atos
Prólogo 1.1-14
I. Prefácio 1.1-3 II. A promessa do Espírito Santo 1.4-8 III. A ascensão de Cristo 1.9-11 IV. O encontro para a oração no cenáculo 1.12-14
Primeira Parte: Pedro e o ministério da Igreja Judaica em Jerusalém 1.15-12.24
a. A seleção de Matias como o décimo segundo apóstolo 1.15-26
b. A descida do Espírito Santo no Pentecostes 2.1-47
c. A cura de um coxo 3.1-4.31
d. Autoridade apostólica na igreja antiga 4.32-5.42
e. O ministério de Estevão 6.1-7.60
f. O primeiro ministério a não Judeus 8.1-40
g. A conversão de Saulo 9.1-31
h. Enéias e Dorcas curados através do ministério de Pedro 9.32-43
i. A história de Cornélio 10.1-11.18
j. O testemunho da igreja antiga 11.19-12.24
Segunda Parte: Paulo e a extensão internacional da igreja em Antioquia 12.25-28.31
a. A primeira viagem missionária de Paulo 12.25-14.28
b. O concerto em Jerusalém para discutir lei e graça 15.1-35
c. A segunda viagem missionária de Paulo 15.36-18.22
d. A terceira viagem missionária de Paulo 18.23-21.14
e. A viagem de Paulo a Roma através de Jerusalém 21.15-28.31
Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em 11/12/06 por e-mail. |