Ouvir o Senhor é o melhor...

25/01/2006



Ageu 1.1-8

1 NO segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:
2 Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada.
3 Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
4 Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica deserta?
5 Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.
6 Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado.
7 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.
8 Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e serei glorificado, diz o Senhor.

O povo de Israel tinha sido levado cativo à Babilônia, sendo exilado, tirado de sua terra natal. Como é difícil ir a uma terra estranha, por conta própria! Mais ainda depois de uma guerra e ser escravo nesse novo lugar! Isso tinha acontecido com o povo por volta do ano 587 a.C..

Por volta de 536 a.C. o povo volta desse cativeiro, com a intervenção do rei Ciro, da Pérsia. Mas quando o povo foi levado, a cidade de Jerusalém foi destruída e, consequentemente, o Templo, uma vez que a religião e a política andavam de mãos dadas naquele tempo. Destruindo o Templo, destruía-se a política e povo se tornava escravo.

Na volta, que podemos ver nos livros de Esdras e de Neemias, o povo se preocupa com a reconstrução do Muros e da Cidade de Jerusalém. Mas o Templo permaneceu, por muitos anos (aproximadamente 18) em ruínas. É aqui que aparece Ageu e incentiva essa reconstrução. A Terra natal já estava em ordem, as casas, refeitas, mas o Templo permanecia em ruínas. O povo, independente disso, permanecia adorando no local do Templo, mesmo sem reconstruí-lo.

O profeta convoca a liderança religiosa (Josué, filho de Jeozadaque), política (Zorobabel, filho de Sealtiel) – versículo 1 – e o povo – versículo 2 – para a reconstrução. Vemos que o povo achava que não era tempo. Mas era o Tempo do Senhor. Quantas vezes achamos que algo está demorando ou que não é para fazer alguma coisa... A resposta certa vem do Senhor e precisamos estar com a “sintonia bem fina” para discernirmos o Tempo do Senhor para nós.
Já se fazia necessária a reconstrução. O profeta lembra ao povo que eles já estão com as demais situações de reconstrução em ordem e conclama o povo para reconstruir o Templo. E assim acontece. O povo junta esforços e refaz o Templo.

Agora, o que isso tem a ver conosco? O que temos nós com o povo que não estava refazendo o Templo? Temos a nossa igreja construída, ou um local alugado ou ainda, no máximo, passando por reformas! Mas, ainda assim, temos muito a ver com isso em nossa dimensão pessoal, comunitária e social.

1º) Somos, cada um/a, Templo.


Podemos ver isso claramente nas palavras do Apóstolo Paulo, em 1 Co 3.16-17, quando ele não apenas aplica o termo “Templo” em comparação com coletividade ou construção. Vamos ler esse texto:


1 Coríntios 3.16-17

16 Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
17 Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.



Vemos que cada pessoa é templo do Espírito Santo. Por isso, como no tempo do profeta Ageu, precisamos ver como anda a nossa vida sendo esse Templo. Está bem construído ou está em ruínas? Como temos agido: conforme a Palavra do Senhor ou apenas pregando essa Palavra, vivendo aquele ditado: “faça o que eu mando, mas não faça o que faço”? Precisamos nos preocupar com o Templo que somos, cuidando desse corpo e vivendo conforme a Palavra. É necessário que não deixemos em ruínas o Templo que somos e, para isso, precisamos conhecer aquilo que é vontade do Senhor para o nosso viver e praticar. Só iremos conhecer essa vontade quando nos preocuparmos em meditar na Sua Palavra. Isso pode acontecer quando estamos reunidos/as na igreja, quando estamos em estudos ou na Escola Dominical, no Culto e nos nossos momentos devocionais diários. Precisamos, sempre, ter um tempo para meditar na Vontade do Senhor e buscar forças n’Ele para agir de tal forma que estejamos cuidando do Templo que somos, pois se não o fizermos, seremos destruídos (1 Coríntios 3.17).

2º) Somos, comunidade, Templo.

Vejamos, mais uma vez, um texto do Apóstolo Paulo:

 

Efésios 4.12-16

12 Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
13 Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14 Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.
15 Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.



Nesse tema de sermos comunidade como Templo e Corpo de Cristo, vemos que quando formos realmente partes do Corpo de Cristo seremos um Templo. Não adianta de nada termos uma construção, por mais bela que seja, se não nos preocuparmos em ser Corpo de Cristo, tendo Ele como Cabeça e sendo, cada um/a de nós, os membros desse corpo. Precisamos ter em mente a dimensão de coletividade, como aquela que vemos em Ageu, quando ele chama o povo, e não determinadas pessoas, para a reconstrução (versículos 1 e 2). Se nos unirmos como Corpo de Cristo e cada um/a de nós estivermos nos colocando à disposição do Senhor para a obra, cada um/a em uma atividade, desde a limpeza dos bancos até a proclamação da Palavra, teremos uma grande construção, não só física mas espiritual, na Presença do Senhor. Aí sim o Seu Reino será anunciado e muitos/as irão querer caminhar conosco. Quando o povo se reúne, muitas coisas podem ser feitas. Temos exemplo disso na Torre de Babel (não a novela da Globo, mas aquela que encontramos em Gênesis 11): o povo se reuniu para uma grande construção, que não prosperou porque era contra a Vontade do Senhor. Quando o povo se reuniu em Atos, para repartir o pão, orar e fazer tantas coisas de acordo com a Vontade do Senhor, houve prosperidade. Quando o povo se reuniu em Jerusalém, na época de Ageu, para a reconstrução, ela prosperou, apesar da fragilidade financeira e política do povo.

Que o próprio Deus, através do Espírito Santo, promova essa atitude em nosso viver. Que estejamos abertos a entender do próprio Senhor qual o Seu desejo com relação a nossa união e com o nosso viver de acordo com o ser Templo. Que estejamos prontos para viver sendo esse Templo, tanto individualmente, como coletivamente, sendo comunidade reunida em torno da Palavra do Senhor, como comunidade que anuncia o Reino do Senhor e a Sua Salvação à sociedade. Que possamos, a cada dia, reconstruir esse Templo do Senhor, vivendo a vida abundante proposta pelo Senhor em Jo 10.10, não só em nosso viver, mas também em nossa comunidade e anunciando isso ao mundo, para que este possa se voltar ao Senhor. Aí sim a glória do Segundo Templo será maior que a glória do Primeiro (Ag 2.9). Veremos bênçãos maravilhosas da parte do Senhor! O que já vimos, é só o começo. Ele quer nos dar cada vez mais experiências. Basta buscarmos e Ele nos dará. Cada dia mais, para o Louvor da Sua Glória! Que Ele mesmo nos abençoe e nos impulsione a realizar tal obra, debaixo de Sua orientação e de Seus cuidados.
 

Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor

Esta meditação foi enviada em 25/01/06 por e-mail.